Advogado de defesa de Alexandre Pessoa disse que provas são frágeis para decretação de prisão temporária

GPS do celular do advogado suspeito de participação no crime registrou movimentação no local do crime na quarta-feira (28), entre 19h30 e 19h40

Luis Gustavo, Da Redação


Na manhã desta terça-feira (4), a reportagem do Jornal da Nova, entrevistou o Dr. Júlio César Evangelista, advogado de defesa do também advogado, Alexandre França Pessoa, de 42 anos, preso temporariamente suspeito de participação no assassinato de Fernanda Daniele de Paula Ribeiro dos Santos, de 36 anos. A entrevista aconteceu no Instragram do site.

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Segundo o advogado Júlio César, Alexandre nega veementemente a participação no crime. "As peças que eu tive acesso do inquérito são muito frágeis, infecundo, estéril para que se possa permitir imputar a autoria delitiva a quem que seja", afirmou.

Júlio César Evangelista, advogado de defesa de Alexandre Pessoa - Foto: Reprodução/Jornal da Nova

"Alexandre foi coeso e firme no interrogatório à Polícia Civil em Batayporã, respondeu todas as perguntas e se colocou à disposição para ajudar na elucidação do homicídio. Me causou estranheza a sua prisão temporária, já que o suspeito não está interferindo nas investigações", explicou o advogado de defesa.

O relatório da investigação apontou, pelo GPS do celular de Alexandre, que no dia anterior à morte de Fernanda, ele teria passado próximo à casa da vítima. Também há suspeitas de que ele teria passado perto de onde o corpo da vítima foi encontrado, entre as 19h30 e 19h40 do dia do crime.

Júlio César acha temerário o relatório da investigação que culminou com a prisão temporária, sem justa causa, e afirma que Alexandre não tem perfil violento ou homicida, não tem histórico de violência, é réu primário e não tem passagem pela polícia, mas que caso venha a ser provado sua participação no homicídio, ele vai responder e a Justiça será feita.

GPS do celular de Alexandre apontou no local do crime na quarta-feira (28), entre 19h30 e 19h40 - Foto: Jornal da Nova

No dia do crime, Alexandre tem como álibi câmeras de segurança de um posto de combustíveis que filmaram ele abastecendo, depois ele permaneceu na casa de amigos e foi para sua residência.

O advogado de defesa disse que impetrou um habeas corpus, no Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul nesta segunda-feira (3), mas que foi indeferido, contudo, prepara outro para impetrar no STJ (Superior Tribunal de Justiça).

Segundo a decisão que indeferiu a liminar, há expressivos indícios desfavoráveis ao Alexandre, consoante relatos até agora colhidos, aliando-se a isso que da análise de seu telefone celular e do levantamento de geolocalização depontariam trajetos condizentes com passagem pela residência da vítima no final daquela tarde e, de igual forma, nas proximidades do local em que foi localizado o corpo.

Peças de roupas e chinelos apreendidos pela Perícia Criminal - Foto: Jornal da Nova

Constam, também, indicativos de que Alexandre estaria procurando dificultar a investigação que o caso exige, seja ocultando pertences ou procurando lavar peças de roupas e chinelos, omitindo informações, o que, à evidência, comporta análise mais aprofundada em momento oportuno, entretanto, esse cenário, respeitados os limites desta etapa inicial, não estaria a se coadunar à elucidação e à apuração exigíveis. Portanto, a liminar foi indeferida pela 3ª Câmara Criminal.

Sobre sua internação, o advogado disse que Alexandre tem hipertensão e faz tratamento desde 2019. Júlio César frisou que esse problema de saúde não é um argumento defensivo e que seu cliente foi preso apenas por especulação. Júlio acredita que o que pesa contra Alexandre é o fato dele ter tido um relacionamento com Fernanda.

O Jornal da Nova apurou que em exame pericial no veículo do suspeito apresentou vestígios de sangue, material que será analisado para saber se é sangue humano e se for será realizado um DNA com o da vítima, no Núcleo de Perícias em Campo Grande, bem como o aparelho celular de Alexandre.

Dr. Alexandre Pessoa está na advocacia desde 2004 e coleciona passagens na polícia como estelionato, denunciação caluniosa e diversas apropriações indébitas, com vários indícios de captar recursos de clientes e não realizar os serviços.

Veículo do acusado passou por perícia com uso de luminol - Foto: Jornal da Nova

Alexandre Pessoa está com prisão temporária de 30 dias, após passar mal na Delegacia de Polícia Civil em Nova Andradina, ficou internado na Cassems de Nova Andradina e nesta segunda-feira (3), foi transferido para a unidade de Dourados, por solicitação médica, com finalidade de realizar exames mais complexos, compreendendo a parte cardíaca.

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